segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Before the Storm - parte 10. ''What are you doing here?''


Eu não estava esperando ninguém, ou estava? provavelmente não.

– Quem é, Tish? – Coloquei meu caderno de lado e peguei um sobre-tudo, pois estava com um shorts e não sabia quem era.

– A pessoa que está te esperando não deixou te contar, pois você não receberia. Vá até lá e veja.

Como hoje eu não fui a escola, devido o acontecido com o Gabe que Justin... Justin. Esse nome ecoava pela minha cabeça me dando arrepios e me lembrando de ontem, no Central Park. Foco, Miley, foco. Deve ser apenas a Demi que veio contar as novidades da escola. Fofoqueira! Mas porque ela não se identificaria?

– Tudo bem, mande subir.

Como a certa pessoa estava demorando a subir, sentei novamente a minha cama e peguei meu violão, apenas brincando as notas do mesmo.

Ouvi a porta bater, mas continuei distraída com o meu violão.

– Seu irmão é legal no vídeo-game.

A voz. Aquela voz rouca, aquela que me causava arrepios desde os pés á cabeça. A voz dele. Coloquei meu violão do lado, ainda com receio e contei até dez para levantar a cabeça.

– O que você está fazendo aqui, Justin? como você descobriu que eu morava aqui?

– Calma princesa, você é cheia de perguntas. – Riu de leve e bagunçou seu cabelo. – É óbvio que você moraria aqui, sendo que você estuda na mesma escola que eu.

– Você entendeu, garoto.

Legal. Ainda mais que ele veio aqui sem dizer nada para ambos, e agora fica de palhaçada com a minha cara. Legal.

– A Demetria me passou os dados de sua casa, e bom, eu resolvi te fazer uma visita. Gostou?

Obrigada Demi, obrigada. 

 Se eu gostei? – Olhei para ele e me levantei da minha cama ficando de frente para ele. Justin assentiu e me prendeu contra a parede. – Eu adorei..

Justin deixou aquele sorriso torto sair e me encarou com intensidade. Mas espera... eu disse que tinha adorado?

Esquece.

Que se dane.

Vamos curtir o momento.

– Eu sei que sim. – Sussurrou em meu ouvido e colocou minhas pernas em volta de sua cintura. Fazendo deslizar o meu sobre-tudo que tinha colocado para receber a tal inesperado visita.

E como de esperado; Justin me beijou mesmo sem pedir passagem. Era como se o mundo iria acabar exatamente ali e ele precisava me beijar, pela última vez. Justin deu passos para atrás até chegar na minha cama, assim, ficou por cima de mim. Coloquei minhas pernas novamente em volta de sua cintura. Puxei seu cabelo de leve e em movimento ágil, Justin já estava mordiscando meu pescoço inteiro.

Que garoto hein!

Levei minha mão até a barra de sua camiseta e do mesmo modo, tirei-a com ajuda do Justin. Justin acariciou a minha costa e no mesmo momento, arrancou minha camiseta em um só segundo. Sem dó, arrancou meu shorts também. Agora eu estava totalmente nua, quase nua. O que nos separava era a minha roupa íntima e a calça de Justin, que eu iria me livrar já, já. Eu sei que não deveria estar fazendo isso, deveria ter dando um corte nisso quando ele entrou aqui no quarto. Porém eu não tenho controle agora, e sei que não é certo, mas como eu disse: “vamos curtir o momento”. Coloquei minhas mãos no zíper de sua calça, desci o zíper devagar e Justin a tirou com os pés. Agora sim. Nada nos separava. E sim, agora me sentia estranha.

– Chega! chega de preliminares! vai logo.

Isso só fez o sorriso malicioso de Justin aumentar mais e mais.

– Calma, princesa apressadinha.

Com raiva, subi em cima de Justin. Se ele quer me provocar, irei provoca-ló também. Sentei em cima de membro. Assim, remexendo um pouco meu bumbum. Pela primeira vez, ouvi Justin gemer. Se Tyler ou Tish ouvissem, eu estaria ferrada. Mas muito ferrada.

– Você não vai ficar no controle, princesa.

Justin deu aquela risada gostosa em meu ouvido, me fazendo estremecer.

E quase não deu para respirar, Justin me penetrou devagar. Acho que só aproveitando. Ou não. Me penetrou com mais força me fazendo gemer um pouco mais alto do que o normal. Pronto. Alguém deve ter ouvido. Puxei-o pela nuca e colei nossos lábios. O que não durou muito. Justin me penetrou com um pouco mais de força. Assim do mesmo jeito, passando a mão por toda parte do meu corpo. Mas de repente, meu corpo estremeceu. Cheguei ao orgasmo. Justin deu mais três entocadas e caiu ao meu lado.

Deitei minha cabeça em seu peito. Logo senti suas mãos acariciarem meu cabelo e puxar um lençol.

– Ei, posso te perguntar uma coisa?

– Já perguntou.

– Pare de ser idiota, você entendeu!

– Diga.

– Porque você fez aquilo com Gabe?

– Ah, aquele otário? ele mexeu com com coisa minha, e disso eu não gosto. Porque é só minha.

– Não é um pouquinho egoísta, hein. Mas que coisa é essa?

– Você.

Por um segundo fiquei sem reação. Não sabia se sorria ou se dava risada.

 Eu não sou sua.

– Agora é. – Sorriu torto. E era aquele sorriso que me deixava totalmente fora de si.

Não deu. Sorri junto. E depois só senti meus olhos pesarem.

[...]

Acordei com o barulho do Justin se vestindo. Opa! eu dormi demais ou é só impressão?

– Que horas são, Justin? – Esfreguei as mãos em meus olhos e puxei um pouco mais o lençol que cobria meu corpo.

– Ahm, – Olhou em seu relógio de ouro – São exatamente 17h00.

– O QUE?

– 17h00. Não ouviu bem? se quiser, te levo para fazer lavagem no ouvido.

Aquela não era uma boa hora para piadinhas.

– Justin, pare! você não sabe o quão perigo será se meu pai te pegar aqui, assim. – Apontei para ele, que só estava com calça. – Você precisa ir...

– Eu não estou com medo.

– Você não o conhece, por isso não está. Agora vá.

– Qual é, não vai me agradecer pela tarde maravilhosa que te dei?

Peguei seu boné do chão e ataquei em seu rosto.

– Foi você que veio aqui e me seduziu.

Justin se aproximou de mim e me roubou um selinho.

– Agora eu vou. – E bateu a porta.

Caí na cama e puxei os lençóis. Eu estava envergonhada, mas não arrependida. Não posso fazer nada, agora já foi... e talvez, nunca mais o veria. Já ganhou o que queria, o que eu não deveria ter dado. Porém sem arrependimento.

Fui até o banheiro, me despi e deixei aquela água quente me aliviar. Sei lá, talvez tirar todas aquelas coisas ruins. Terminei o banho, coloquei um shorts e uma camiseta que estava no chão. Que era do Justin. Ai, meu Deus! que se dane, posso falar que é do meu pai ou do Tyler. Tanto faz.

Desci até lá em baixo. Encontrei Tyler jogando vídeo-game e com doces por todo o lado. Típico.

Agora era só suborna-lo com alguma coisa.

– Tyler...

Sentei ao seu lado e o encarei.

– Eu não vou contar. Só porque ele foi legal e jogou vídeo-game comigo. Mas só por isso.

– Obrigada.

– Me diz: ele é seu namorado?

– Está longe de ser... – Disse baixo tanto que Tyler não escutou.

– Oi? fala com a boca.

– Shiu! Tish está aqui?

– Está na cozinha fazendo meu pudim.

– Gordo.

– Gorda.

Mostrei a língua para ele. Subi as escadas e entrei em meu quarto.

Foi mais fácil do que eu imaginava...

Before the Storm - parte 8. ''Surprise, big surprise.''

            – Vamos, diga!  E como minutos atrás, ele continuou em silêncio.  Vai ficar me enrolando ou eu vou ter que fazer você falar?


– Justin.

– O que?

Porque diabos ele estava falando do Justin?

– Hoje, mais cedo, quando eu estava saindo da secretária da escola...  Gabe se remexeu um pouco no sofá e continuou.  Justin e seus amigos me deram uma surra.

– MAS O QUE? AQUELE... AQUELE... IDIOTA FEZ ISSO COM VOCÊ?

– Isso aí mesmo! mas eu estou bem.

– NÃO! VOCÊ NÃO ESTÁ BEM! ELE... ELE FEZ ISSO COM VOCÊ.

– Calma Miley, está tudo bem comigo e pare de gritar. – Tapou os ouvidos em uma forma de tentar não escutar os meus gritos. – Cuida de mim agora!

Gabe era chato nos momentos, eramos amigos a poucas semanas, porém já somos íntimos o suficiente para ele dizer aquelas certas palavras. Sorri automaticamente.

– Não perde a pose até nos momentos ruins, Thompson. Venha cá!

Estendi minha mão a ele que estava sentado no sofá, assim pegando-a no mesmo momento. Subi até meu quarto, entrei no closet peguei a caixinha de primeiro socorros e dei-a a Gabe.

– Vamos cuidar desses machucadinhos.  Peguei o algodão com álcool e deslizei pelo rosto inteiro de Gabe, assim ele fez uma careta estranha, talvez de dor ou aflição. Ri com seu ato. Passei pela sua testa limpando a mesma que contia sangue, e por fim, passei pelo seu nariz. – Pronto Gabe!

– É... obrigada por isso, Miley, e também me desculpe por isso.

– Se desculpar? por quê?

– Eu sei que você gosta dele. Gosta não, você é apaixonada por ele.

Ouvir isso era como se eu subisse até o céu e voltasse em dois segundos. Apaixonada por ele? pelo Justin? como, como ele sabe? como eu estou falando isso?

– Ele? ele quem?

O melhor a fazer era se passar de desentendida.

– Você sabe, Justin.

– Mas... mas... mas...

– Mas você apaixonada por ele, eu sei disso e não precisa mentir.

Abaixei minha cabeça em um ato de ''fugir'', pois não tinha mais argumentos e Gabe sabe praticamente de tudo.

– Eu sabia... – Ele levantou minha cabeça segurando meu queixo, assim, aproximando seus lábios dos meus.

– Miley, o papai chegou.

Então, foi que Tyler bateu na porta. Rapidamente dei um pulo da cama fazendo Gabe levantar também, o que eu era iria fazer? meu Deus, só pode ser carência, carência dele.

– É melhor eu ir, já está tarde. Obrigada! – Gabe se levantou e passou por mim, mas eu não iria ficar parada esperando ele sair e eu, tonta, não dizer nada.

– Ei, me desculpe por isso.

Gabe apenas assentiu com a cabeça e saiu pela porta me deixando ali, sozinha.

[...]

Depois que Gabe foi embora de minha casa, cai em um sono profundo. Ainda bem! fazia tempo que não dormia bem assim, desse jeito. Levantei com uma vontade imensa de compor, e olha que eu compôs ontem.
Andei pelos corredores daquela casa e percebi que tinha vários portas, para quê tanta porta, meu Deus? mas uma me chamou a atenção... toda aveludada e preta. Porque eu tenho que ser tão curiosa? não consigo ver nada estranho e suspeito que já quero dar uma de detetive. Apressei meus passos até até tal porta e entrei.
Como... como tem isso aqui na casa e eu não sabia? eu estava impressionada com o que estava vendo. Era um... um estúdio de música? eu sempre quis um desse, sempre. Desde criança.
Entrei naquele “paraíso”, como eu dizia quando era menor, ali tinha vários instrumentos. Violão, violino, guitarra, piano, micro-fones, e claro, o grande estúdio.

– Gostou?

Steve. A voz de meu pai soou pelo estúdio todo me fazendo assustar.

– O que você está fazendo aqui? – Levei minha mão até o coração e tentei achar da onde vinha a voz de Steve.

– Aqui!

Virei-me conforme sua voz e ele estava atrás de mim. Miley, você é muito lerda de não perceber a presença de alguém.

– Bom, vou responder sua pergunta; eu sempre venho aqui nas horas extras que tenho da empresa. E como posso ver, você ainda ama a música. Certo? – Sorriu, mas não era qualquer sorriso, era aquele sorriso sincero.

– Sempre, sempre amei, pai.

Sentei ao seu lado e encarei o violão que tinha em suas mãos.

– Sabe tocar? – Disse, percebendo meu olhar para seu violão.

Apenas assenti e Steve pegou uma folha, talvez uma composição, e colocou em nossas frentes.

– Toque, e me acompanhe com a música. – Colocou o violão em meu colo, assim, encarei a folha e segui as notas.

And when I couldn't sleep at night
Scary things wouldn't turn out right
You would to hold my hand
And sing to me.

Caterpillar in the tree
How you wonder who you'll be?
Can't go far but you
Can always dream.

Wish you may and wish you might
Don't worry, hold on tight
I Promise you
There will come a day
Butterfly fly away.

Espera, eu conheço essa música.

– Eu achei isso no seu quarto, enquanto dormia. Então li ela e... bom, você sabe! eu peguei-a!  Riu e olhou para mim.

Eu sabia.

– Xereta! eu quero privacidade, ok. Todas as garotas querem, você deveria saber disso.

 Mas você é minha garotinha e eu tenho esse direito, tudo bem?

 Não, não tem!

 Agora eu tenho.

Em um movimento ágil, Steve estava fazendo cócegas em mim. Eu odeio cócegas!

 Para, para!  Continuei rindo e ele fez o mesmo, só que não parou.  Está bem, você pode entrar no meu quarto.

Assim, Steve parou.

 Suas músicas são lindas.

 Não vai me dizer que você... AH NÃO! O QUE VOCÊ VIU?

 Só algumas músicas...  Riu.

 Chato!

E assim, foi o resto da manhã.

[...]

Depois de brincadeiras minha e do meu pai, ele foi a empresa ver alguns papéis, segundo ele. Agora só estava eu e o Tyler, assistindo, ou melhor, brigando pelo controle da televisão.

– TYLER, ME DÁ O CONTROLE AGORA.

– NÃO, VOCÊ JÁ ASSISTIU BOB ESPONJA O SUFICIENTE.

– MAS EU QUERO ASSISTIR MAIS, CARAMBA TYLER.

– JÁ CHEGA!

A voz de Tish ecoou na sala de televisão nos fazendo -quase- pular do sofá.

– Desculpe se assustei vocês dois, mas tem um porém aí, vocês tem que se comportarem. Sem brigas. Entendidos?

– Mas... – Tyler tentou argumentar.

– Mas nada, eu disse sem brigas.

– Eu não sou mais criança, Tish. – Eu disse fazendo uma birra.

– Agora você está parecendo uma, dona Miley.

– Ok, tudo bem! vou subir para o meu quarto, qualquer coisa é só chamar.

Subi até meu quarto e logo me joguei na cama. Como não tinha nada de melhor para fazer, peguei meu caderno de composições e logo, como sempre, estava pronta para escrever alguma música. Algum momento de minha vida. Ou simplesmente, desabafar.
Quando finalmente alinhei a minha caneta preta na linha, alguém bate na porta.

– Tem visita para você, Miley.